Depois de uma aula comum, que revela desencanto com a carreira de professor universitário de filosofia, Eduardo volta para casa e descobre nas redes sociais a foto de um bordado feito por Alice, uma mulher por quem ele se interessou quando, anos atrás, viveu na França. Ao retomarem contato, Eduardo encontra inspiração para seguir seu exemplo e trocar a reflexão teórica por uma ambição literária. Porém, em meio a esforços infrutíferos e crescentes desconfortos sociais – alguns próprios à carreira acadêmica, agravados por um contexto de decadência, e outros disparados por reencontros com seu passado –, ele é surpreendido com novas narrativas sobre si mesmo e sobre a relação com seus alunos e com a própria vida. Entre a filosofia e a literatura; a ficção e a realidade; a admiração, a amizade e o desejo, A chama remota é um romance sobre o desafio de autoconhecimento e de construção de laços em uma época na qual sentidos hegemônicos e conhecimentos especializados privilegiam apenas a produtividade e a eficácia. Há, nessa história, crises, reviravoltas, pequenas conquistas, mas também insucessos, descobertas que sobrepõem visões teóricas a experiências inesperadas, mas sobretudo tentativas de encontrar um caminho de comunhão e de pertencimento.